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31 de outubro de 2011

PADRE É AFASTADO NA DIOCESE DE CASTANHAL


          
            No domingo 30 de outubro, Dom Carlos Verzeletti, do terceiro degrau de sua cátedra, com muito pesar, anunciou a toda a comunidade presente o afastamento do padre David Firmino de Oliveira Osório, da Igreja Católica Apostólica Romana. Dom Carlos falou também que em 16 anos de Bispo é a primeira vez que tem de tomar uma decisão como esta, afastar um padre.
            Dom Carlos deu a notícia logo após ter esclarecido o caso do falso padre do Maranhão Cristiano dos Santos, natural do Apeú, o que já foi divulgado pelas mais diversas mídias durante a semana que se passou, e como reforçou Dom Carlos, duas tristes notícias, sendo a do afastamento do padre mais lamentável.
            O padre afastado, David Firmino de Oliveira Osório, foi oficialmente desligado da Igreja na sexta feira passada, 28 de outubro, por um documento expedido para todas as paróquias da diocese assinado por Dom Carlos e Padre Napoleão Iubel, Chanceler da Diocese, comunicando do afastamento do padre.
            O documento alem de falar da tristeza do Bispo Dom Carlos, comunica que o padre David Firmino, membro do clero Diocesano, está suspenso de todas as funções ministeriais no exercício do sacerdócio ordenado. Afirma ainda que a pena se fundamenta em fatos ocorridos nestes últimos anos e no crescente desinteresse do padre, de ouvir as orientações e de atender aos inúmeros e fraternos pedidos de unidade com a Igreja Diocesana.
            O abandono da unidade por parte de um membro do clero, desprezando a Igreja Católica e ingressando em outra igreja, exige, de acordo com os fatos, que o bispo, no exercício do seu ministério sagrado estabeleça o que descreve a lei canônica (Cân.1311-1399).
            Ao final do documento os termos são claros, o padre David Firmino de Oliveira Osório, [...] está proibido de celebrar os Sacramento ou Sacramentais, de qualquer prática e de toda ação pastoral, administrativa, jurídica, própria da ordem sacerdotal, da qual está suspenso a partir desta data (28 de outubro), o bispo se encerra pedindo orações da mesma forma na Catedral na noite de domingo.
            Em nota explicativa enviada as paróquias Dom Carlos reforça a importância de se ler a declaração nas matrizes e capelas, explicando ao povo a causa do afastamento. De acordo com os trechos do documento acima citados, padre David Firmino não está mais em comunhão com a Igreja Católica Apostólica Romana por ter abandonado o ministério para ingressar nas igrejas inventadas e chamadas de “ICAME - Igreja Católica Apostólica Missionária de Evangelização” e “Igreja Católica Carismática” as quais não tem sacramentos e, falsamente, imitam o proceder da Igreja Católica Apostólica Romana.
            Dom Carlos falou ainda que o referido padre já esteve em bairros da cidade de Castanhal visitando pessoas e distribuindo panfletos que vão contra os valores da Igreja Católica Apostólica Romana, e que os sacramentos por ele celebrados não tem, nem terão, validade nenhuma para a Igreja desde o seu desligamento.

Erasmo Freitas
Pascom de Castanhal.

24 de outubro de 2011

Maria fica conosco


Quando nasce o mês de outubro, Castanhal veste seu manto. São flores, faixas, fitas e frases em honra à Virgem Maria. Nossos passos entram no ritmo das canções marianas, os olhares dirigem-se as tantas berlindas espalhadas pela cidade, as vozes ficam mais serenas e os corações num pulsar acelerado. Na porta das casas o cartaz da Romaria anuncia que ali reside a Rainha. Na camisa, a estampa diz que ela também reside naquele coração.
O mês começa e Maria vem reavivar em cada um de nós o fogo do amor, da esperança, da fé e da caridade. Vem de vagar, sem pressa, trazendo no colo o Menino Deus, na face um olhar calmo e um sorriso gracioso e no peito um coração abrasado pelo amor de Deus, pronto a fazer a sua vontade.
Ela vem visitando cada lar, escola, hospital, presídio, loja... Não deixa de passar por uma rua que seja. Quer chegar perto de todos, sem distinção. E por onde passa deixa almas mais calmas, lágrimas menos amargas, sorrisos mais esperançosos, e espalha um rastro de flores e estrelas que enfeitam e cintilam a vida deste povo tão sofrido. Silenciosamente, no coração de Mãe tudo guarda: os pedidos, as promessas, as homenagens, os cânticos, a vida de cada pessoa que lhe dirige o olhar e entrega o coração.
No terceiro domingo, aquele que todos aguardaram com ansiedade e entusiasmo, o dia do Senhor e também este é o da Senhora, as ruas de Castanhal são inundadas por um mar de pessoas; se a fé tem uma expressão visível, eis a nossa Romaria! E mais uma vez vem Maria, em sua berlinda, com vestes de festa, rodeada de flores e corações abrasados pelo amor que ela mesma transmitiu, que recebeu do Pai e doou a seus filhos. Lá de cima, ela olha para cada um, desde o primeiro até o último, quer segurar suas mãos e ajudá-los a caminhar, como ajudou o próprio menino Jesus, levar-nos para seu santuário, para a sua casa, para morarmos com ela.
Mas a Romaria não termina quando chega ao Santuário, dali a Mãe vai para a casa de cada um, almoçar com seus filhos, confraternizar-se com eles, e sem descansar da longa caminhada.
Durante a semana de festa o povo chega cedo, o sol nem se pôs ainda e as pessoas vêm buscar o sacramento da reconciliação. Esse é o tempo propício para reencontrar-se com sigo mesmo reconhecendo suas faltas diante de Deus. Parece até que nossa mãezinha sussurrou em nosso ouvido bem baixinho: “Filho, vá confessar! Participa deste banquete comigo e com teu irmão, Jesus. Vem para a festa conosco!”.  E nós, filhos obedientes, seguimos o seu conselho.
E ela vem, todas as noites, sacrário vivo, trazendo Jesus e colocando-o em nosso coração, nos tornando também sacrários vivos. Depois, na festa, quando a praça transborda de pessoas, cantando e dançando, ela continua conosco. Como toda mãe, está sempre por perto, olhando, participando de tudo.
Ela, Mãe e rainha, caminha conosco, vive conosco, não nos abandona. Está Ave-Maria que rezamos nas contas de um rosário, na fitinha amarrada no pulso, na fé que não se vê, mas se pode sentir, na voz que canta que “Vós sois o Lírio Mimoso”, no perfume das flores que a homenageiam, ela sempre está ao nosso lado. 
Diz numa canção que Maria é “uma expressão de amor que não se pode exprimir com as letras do alfabeto”, e de fato, as letras não são suficientes para descrever o amor que tem o coração de Maria. Ela que foi amada pelo próprio Amor e que O acolheu dentro de si. Talvez nem seja necessário descrevê-la, pois ela pede que simplesmente façamos o que Jesus, seu filho, nos disser. E Ele nos diz para sermos como sua mãe, que em tudo fez a vontade do Pai.
A Romaria passou! Passou com homenagens e orações, lágrimas e sorrisos... passou como o tempo e com ele, mas Maria permanece, Maria fica conosco.
Castanhal, 21 de outubro de 2010
Tiago Beserra