O feriado do Dia do Trabalhador foi um dia de intensas
atividades para os bispos reunidos na 52ª Assembleia Geral, em Aparecida
(SP).Durante a coletiva de imprensa na tarde deste 1º de maio, foi apresentado
um balanço dos assuntos tratados hoje pelos membros da Conferência Nacional dos
Bispos do Brasil (CNBB), especialmente a questão da Reforma Política, a
mensagem do dia do Trabalhador e um estudo sobre a Questão Agrária.
Reforma Política
De acordo com o porta-voz da Assembleia Geral, dom Dimas
Lara Barbosa, a CNBB deverá apresentar na próxima semana uma mensagem sobre as
eleições de 2014. Paralelamente a esta questão, os bispos acompanham também as
atividades da Coalizão Democrática pela Reforma Política e Eleições Limpas, da
qual fazem parte a Conferência e outras 95 entidades. “Com estas entidades,
construímos uma proposta única que mexe no sistema eleitoral”, explicou o bispo
auxiliar de Belo Horizonte (MG), dom Joaquim Giovanni Mol.
A Coalizão Democrática defende as seguintes propostas: a
proibição de doações de recursos financeiros de empresas para financiar
campanhas eleitorais; a mudança no sistema de votação, sendo feito em dois
turnos, no qual, no primeiro, o eleitor votaria em um programa, em ideias e, no
segundo turno, escolheria as pessoas que irão colocar em prática; a equiparação
entre o número de homens e mulheres no meio político, sendo que, para cada
candidato homem, teria uma mulher; e a regulamentação do artigo 14 da
Constituição de 1988, que trata dos instrumentos de participação popular.
“O projeto vai ganhando corpo no Brasil inteiro, por conta
da mobilização para coleta de assinaturas para proposta”, conta dom Mol. Ele
ainda destacou o surgimento de uma importante frente de ação em torno da
Reforma Política: a criação de uma Coalizão Parlamentar. “Além da Coalizão da
sociedade organizada, há também um grupo de parlamentares de diversos partidos
que apoiam este projeto de iniciativa popular, que tem a intenção de qualificar
o processo eleitoral e o resultado dele”.
Questão Agrária
Nesta Assembleia Geral, os bispos retomam a discussão em
torno da elaboração de um documento oficial da CNBB sobre a Questão Agrária no
século XXI. “Há 34 anos a Igreja no Brasil não apresenta um documento sobre
este assunto. E é um direito da Igreja falar sobre o tema, pois é um direito
dela evangelizar o social”, explicou o arcebispo de Feira de Santana (BA), dom
Itamar Vian. Ele preside o grupo de trabalho que elaborou o texto que agora é
apreciado pelos bispos, depois de receber contribuições de todo o país. A
expectativa é de que o texto seja aprovado na próxima semana.
Trabalho
A respeito do dia do Trabalhador, o arcebispo de São Paulo
(SP), cardeal Odilo Pedro Scherer retomou alguns aspectos da mensagem para esta
data, divulgada pela CNBB, especialmente com os trabalhadores estrangeiros. “Há
também um número crescente chegando, gente que consegue arrumar trabalho, mas
muitas vezes em situações precárias”, lembrou o cardeal. Neste assunto,
completou dom Dimas: “Os aposentados do Brasil passam por um drama grande por
conta da perda salarial”.
Dom Odilo retomou a visão que a Igreja tem sobre o trabalho.
“Existe no trabalho uma dimensão que faz com que o homem seja o continuador da
obra de Deus. De fato, Deus Criador realizou um trabalho, viu que era bom, e a
confiou ao homem. Assim, o homem tem na vocação ao trabalho o cuidado da obra
de Deus, portanto, o bem comum. O trabalho visto desta forma supera as visões
que levam à destruição da natureza, e também ao descuido da pessoa humana”.
Outros assuntos
Pela manhã, os bispos abordaram também a reflexão do tema
central. “Comunidade de comunidades: uma nova paróquia”. A comissão responsável
apresentou uma exposição do assunto, mostrando a forma como as paróquias,
dioceses, regionais da CNBB, movimentos e pastorais da Igreja debateram e
enviaram as suas contribuições para a CNBB. Também a Comissão Episcopal para os
Textos Litúrgicos fez uma breve exposição sobre os trabalhos de revisão Missal
Romano. No período da tarde, o assunto foi o tema prioritário sobre os cristãos
leigos e leigas, apresentado pela Comissão Episcopal Pastoral para o Laicato.
CNBB
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