Francisca
de Paula de Jesus, conhecida como "Nhá Chica" ou "Santinha do
Baependi", é a primeira mulher brasileira negra em ter sido elevada aos
altares como beata, após o reconhecimento pela Igreja de uma milagrosa cura
ocorrida faz 18 anos e que atualmente tem um registro de 20 mil casos de
supostos milagres.
Em
uma histórica cerimônia para a Igreja no Brasil, no sábado, 4 de maio, no
Estado de Minas Gerais, realizou-se a beatificação de Nhá Chica, presidida pelo
Prefeito para Congregação da Causa dos Santo, Cardeal Angelo Amato.
Estavam
presentes inúmeras figuras públicas, como o Governador de Minas Antônio
Anastasia, assim como numerosos membros do clero e aproximadamente 40 mil fiéis
que desde dias anteriores chegaram a Baependi, onde a Beata morou por quase
toda a sua vida para estarem presentes nesta cerimônia.
Nhá
Chica era devota de Nossa Senhora da Concepção, foi filha e neta de escravos,
analfabeta, órfã desde a infância, viveu na pobreza e na simplicidade,
consagrando sua vida a servir às pessoas, em uma vida de oração. Apesar de ser
filha de escravos, ela viveu em liberdade fazendo o bem.
A
também chamada "Mãe dos Pobres" dedicou toda sua vida "servindo
às pessoas, especialmente na nobre tarefa de escutar e aconselhar",
expressaram os Bispos e pediram que "que a Beata Nhá Chica alcance de Deus
graças e bênçãos para todo o povo brasileiro e nos ensine a trilhar o caminho
da santidade, vivendo na simplicidade e na pobreza evangélicas".
O
milagre reconhecido foi a cura de um problema de nascença no coração da
professora de 67 anos, Ana Lucia Meirelles Leite, que no momento que ia ser
operada faz 18 anos, os médicos constataram que seu mal tinha desaparecido.
A
Beata foi reconhecida como Serva de Deus em 1991, onze anos mais tarde, em 14
de janeiro de 2011, o Bispo Emérito de Roma, Bento XVI, aprovou suas virtudes
heroicas e foi reconhecida como Venerável.
Posteriormente
em 14 de outubro de 2011, os sete doutores atribuídos para analisar o caso
médico apresentado como Milagre votaram a favor de que a cura não tinha explicação
científica, portanto em 5 de Junho de 2012, Bento XVI reconheceu o Milagre e
promulgou o Decreto de Beatificação.
A
"Santinha do Baependi" nasceu em 1808, era solteira e não pertenceu a
nenhuma ordem religiosa. Aos dez anos ficou órfã de mãe e foi com seu irmão
quem ao morrer deixou de herança uma fortuna que distribuiu aos pobres. Nhá
Chica não lia a Bíblia por ser analfabeta, mas diariamente sabia aplicar o amor
ao próximo.
A
Beata faleceu em 14 de junho de 1895, e desde então as pessoas pediam sua
intercessão para serem curadas de doenças.
O
Brasil tem dois santos, São Frei Galvão, natural de São Paulo e Santa Paulina
que nasceu na Itália e chegou ao país quando tinha dez anos e onde fez seu
caminho à santidade, mas se a Igreja aprova um segundo milagre de Nhá Chica, a
Beata passaria a ser a primeira santa nascida no país.
Fonte - ACI Imprensa
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