A rede mundial de computadores
– nossa cara internet – surgiu em meados da década de 1960 para uso
exclusivamente militar, como recurso para comunicação entre bases durante as
catástrofes tão caras à guerra.
Seguiu das bases para a
academia – nos meios acadêmicos foi aperfeiçoada, com programas que foram
verdadeiros avanços, como o correio eletrônico (e-mail), levando a sua
popularização entre algumas corporações.
Daí continuou a se popularizar,
chegando a empresas finalmente às casas – na década de 1990 o grande salto da
vez foi o tão popular hoje WWW (World Wide Web). Surgem neste contexto os chats
e ela vai se popularizando cada vez mais.
Finalmente no nosso tempo,
ainda mais desenvolvida e cada vez mais comum na vida das pessoas – as crianças
praticamente nascem conectadas. A internet hoje é mundial, sendo não apenas um
meio de comunicação, mas reflexo da própria sociedade, com seus avanços e suas
enormes contradições.
Foi sobre a internet que o
Papa Francisco resolveu falar em sua mensagem para a Jornada Mundial das
Comunicações, a ser celebrada do dia 1º de junho. Na mensagem, fala da importância
do verdadeiro encontro, da rede não apenas como “fios”, mas como humana – uma rede
de pessoas.
Ao reconhecer a internet como
Dom divino, continuando um caminho aberto pelos seus antecessores, mas com uma
mensagem direta e clara o Pontífice abre mais ainda discussão sobre inclusão e
sobre a necessidade do uso da rede como veículo necessário, quanto a nossos
grupos, comunidades, paróquias, dioceses, etc. A simples demonização da rede,
como outras igrejas e pastores tem como postura, apenas serve para deixar os
usuários deste espaço sem a possibilidade de encontro também com a pessoa do
Cristo nesse meio. Não é ignorar os perigos da rede – violência gratuita,
opiniões diversas, pornografia – mas ocupar também, deixar que a mensagem do
Evangelho seja acessível a todos. De fato, muitas pessoas buscam sentido de
vida também da internet.
No Brasil toma uma proporção a
mais a mensagem de Francisco: este ano deve ser votado o Marco Civil da
internet no Congresso Nacional, numa séria discussão sobre democratização da
rede, seja pelo acesso ou pela possibilidade de opinar. A capitalização proposta
por algumas empresas de telefonia transformaria a rede em uma espécie de TV à
Cabo – o acesso seria restrito a seu bolso, não apenas para pagar um plano
(velocidade) mas também a conteúdo (sites que são free passariam a ser pagos). Este
é seria um verdadeiro retrocesso se aprovado. Há então a discussão das duas
alas – uma quer facilitar o acesso a mais pessoas, apenas criando uma
legislação específica para garantir isso; outra quer resumidamente transformar
a internet em uma TV à Cabo, como já citado acima.
O Marco Civil da internet é de
interesse de todos, contudo, há uma mobilização ainda bastante modesta da parte
da própria sociedade civil, então é importante estar atentos para o que
acontece no Planalto. Promover discussões em nossos grupos, comunidades e
demais instâncias ou formas de organização de Igreja é importante, para
aproveitar as possibilidades oferecidas pela rede.
Paulo Correa
P.s.: Em outro post está incluída a
íntegra da mensagem do Papa para a Jornada Mundial das Comunicações.
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