Conclui-se hoje no
Vaticano, na sede da Academia Pontifícia das Ciências, a II conferência
internacional sobre o tráfico de pessoas, intitulada “Combate ao Tráfico
Humano: Igreja e reforço comparticipado para a aplicação da lei”. Participaram
na iniciativa algumas pessoas vítimas de tráfico humano e alguns representantes
de instituições policiais que se ocupam deste drama de dimensões planetárias.O
encontro é organizado pela Conferência Episcopal da Inglaterra e País de Gales
e liderada pelo cardeal Vincent Nichols, arcebispo de Westminster. Segundo
informavam os promotores, objetivo da conferência é “unir esforços para que a
lei seja aplicada” de forma a ajudar à “construção de uma rede efetiva que
entre todos seja capaz de combater o tráfico”.
Uma rede que passa por
uma “cooperação mais estreita” entre Igreja e polícia de forma a “facilitar as
investigações conjuntas entre policiais e uma ação mais coordenada
internacional” que ajude a “livrar o mundo do flagelo do tráfico de seres
humanos, a segunda fonte de riqueza criminosa mais rentável do planeta”.
Deslocando-se ao fim da
manhã à Aula Magna da Academia das Ciências, nos jardins do Vaticano, onde
decorreram os trabalhos, o Papa Francisco dirigiu a palavra aos 120
participantes, sublinhando que este encontro, importante, é “um gesto”:
“É um gesto. Um gesto
da Igreja, um gesto das pessoas de boa vontade, que pretende gritar “basta!”
“O tráfico de seres
humanos é uma chaga – uma chaga! - no corpo da humanidade contemporânea, uma
chaga na carne de Cristo. É um delito contra a humanidade.
O facto de nos
encontrarmos aqui, para unir os nossos esforços, significa que queremos que as
estratégias e competências sejam acompanhadas e reforçadas pela compaixão
evangélica, pela proximidade aos homens e mulheres que são vítimas deste
crime”.
O Santo Padre referiu
com apreço a participação neste encontro de “autoridades policiais,
especialmente empenhadas em contrastar este triste fenómeno com os instrumentos
e o rigor da lei”, e ao mesmo tempo “operadores humanitários, cuja principal
tarefa é oferecer às vítimas acolhimento, calor humano e possibilidade de
resgate”. Trata-se de “abordagens diferentes, mas que podem e devem caminhar
conjuntamente”, pelo que é “muito importante confrontar-se e dialogar a partir
destes dois modos complementares de abordar” as situações – observou o Papa,
que concluiu agradecendo a colaboração de todos.
Na primeira parte da
manhã, o Santo Padre recebeu em audiência, o novo Embaixador da ex-república
jugoslava da Macedónia, Zvonimir Jankuloski, para apresentação das Cartas
Credenciais. De 55 anos, é doutorado em Direito, investigador e professor
universitário.
O Papa Francisco
recebeu também o arcebispo Petar Raji, Núncio Apostólico no Kuwait, Bahrein,
Yemen, Qatar e Emirados Árabes Unidos.
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